Rendição

Despede-se a tarde de primavera

Pela janela o céu sequestra a minha alma

Fito marmorizada a calmaria dessa despedida

Deitando-me sobre o vento que beija-me suave

Permito que meu olhar divague no divã do meu

fim de tarde

Daqui a pouco o céu vai se cobrir lentamente

A doçura da noite chegará sussurrando uma

canção perdida

Não importa se não tenho um violão nas mãos

Porque a música se faz no instante da poesia

E se na madrugada eu ouvir a chegada de Pegasus

Lá vou eu, sem perguntar o destino do voo

Vou desenhar eternos segundos de segredos no tempo

Pode ser que eu chegue a alguma casinha na colina de sonhos

Quem sabe lá as taças sejam de cristais?

Mas... por enquanto ainda é apenas o fim de uma tarde

desenhando as horas em mim

Embriagando-se nos meus versos que sussurram

Deslizando em minha pele seus encantos

Podem adormecer todas as palavras! Que descansem.

Falam os olhos, fala a pele, deixe falar meus movimentos

Cores se misturam , ares que se fundem

O peito imita as ondas do mar

Sobe e desce, e sobe e desce...

Ora sossegado, ora extasiado. Invadido, bem mais que invadido!

Simone Stone
Enviado por Simone Stone em 03/11/2015
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