MINGUADAS

Eu não quero versos hoje

Tampouco amanhã os terei.

Deixei que todos se esvaíssem

De minhas mãos tão minguadas,

Pobre de poesia fiquei.

Tornei-me eclipse de mim,

Poético útero extirpado,

Sofri contrações sem fim,

Mesmo o corpo mutilado.

Perdi rimas e palavras,

Poema inútil de mau agouro,

Água que outrora jorrava

Agora é veio morredouro.

Não verte vida na lavra,

Fenece a semente e trava.

Dalva Molina Mansano

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 14/10/2015
Reeditado em 31/05/2018
Código do texto: T5414868
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