GIOCONDA VITRIOLADA

tenho visto

o rumo que toma tuas feridas

do zero que é a derme em si

às camadas desconhecidas

tenho visto

o aramado que te sustenta

soldado ao teu pífio chassi

onde todo o resto se assenta

tenho visto

que andaste escondendo a rosa

aquela que matutinamente se abre

e sorri

e que agora jaz andrajosa

tenho visto

sua consumação pelo fato

de que deixaste o posto de colibri

para te assumir como rato

tenho visto

que todo o enigma se desfez

tal beleza na verdade nunca vi

nem a olho nu nem sob pince-nez