VI, ASSIM, MUITO AMOR
Mergulhei no meu subconsciente, para rever o passado...
Vi-me menino, lá no interior, na simplicidade sertaneja,
Vi-me brincando nas corredeiras, do velho rio que carregava as minhas ilusões...
Vi os mesmos canaviais, as mesmas verde mata, em frente à "casa grande"
Onde se ouvia, sempre, no entardecer,
O canto saudoso de um sabiá...
Lá, a brisa amena batia em mim,
Com aquele cheiro de felicidade,
Vi em tudo a alegria,
Vi a ausência de maldade,
Vi a árvore dos meus sonhos,
Transformada em saudade...
Vi as lágrimas da minha mãe no momento da despedida,
Quando, triste, eu partia para o colégio interno,
Vi o carinho do meu pai, a me olhar
Com aquele seu olhar terno.
Vi-me chegando de férias,
Este é um lindo momento da minha memória,
Entregava ao meu pai a alegria, expressa no boletim,
Ele lia feliz, com os seus olhos molhados de amor,
O exibia, "orgulhoso", olhando para mim...
Vi, assim, muito amor...
Agora, escrevo este poema,
Acredite, é verdade, com lágrimas nos olhos,
É a saudade de tudo que o passado me furtou...
Hoje, no céu meu pai, junto de Nosso Senhor,
Estão felizes, por eu seguir o seu exemplo.
Sinto muita saudade neste momento...
Vi, assim, o meu passado de amor.
Brasília, 15 de junho de 2005
Tarcísio Ribeiro Costa