HISTÓRIA DE AMOR

Era o nosso velho sobrado,

com paredes caiadas, agora amareladas,

riscadas com frases de um antigo jovem apaixonado,

aqui acolá, um coração com uma lança, desenhado.

O Casarão ficava na pracinha do coreto

onde nas noites de quinta-feira uma orquestra

executava músicas do passado...

Ouvia-se Bach e Chopin,

Desfilava grupos de meninas-moças sensuais

com seus lábios de carmim,

no cabelo, via-se de cada lado, um lacinho de fita,

elas, como, hoje, iam em busca de um paquera,

naquele tempo, "príncipe encantado".

Dentre elas estava aquela dos meus sonhos

e eu, lá, todo arrrumado,

ai quem de dera,

que ela olhasse pra mim,

Eu pensava,assim, olhando pra ela...

Ouvia-se de uma "amplificadora", ao lado,

Abismo de Estrelas, de Dilermando Reis,

executado num harmonioso e triste violão,

aquilo mexia e enternecia o meu coração,

me deixava enlevado cheio de paixão

Por aquela, dos meus sonhos...

Era um momento esperado,

o do reencontro com aquela dos meus sonhos,

pulsava nervoso o meu coração apaixonado.

Encontravam-se os nossos olhares e, ruborizados,

trocávamos sorrisos, eu sentia acelerar-se

meu coração, o mesmo, com certeza

acontecia com ela.

Um dia mandei para ela uma flor,

tirado de um pé de margarida,

como toda margarida, era branca a sua cor,

ela olhou, um lágrima deslizou, pelo seu rosto,

sem sentir como se estivesse distraída,

correu e me abraçou...alí se iniciou

uma longa história de amor.

Tarcísio Ribeiro Costa

Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 25/06/2007
Código do texto: T540246