O MEIO-DIA DO ELEFANTE

o elefante cinzento, ensaboado,

não sabia que era ele o espetáculo;

soltava jatos d´água para o céu

e maravilhava o povo aglomerado.

tão grande para aquele momento

que quase vazava pra outra dimensão.

nobre tromba, e orelhas como asas

que não me saem do pensamento

o elefante ficou lá

e, não sei quando, se foi

para onde, não sei

o povo também ficou lá

amontoado, como bois,

fazendo daquilo um Agnus Dei...