Morte Súbita

Onde está a caixa que guarda os sentimentos mais puros

De pessoas que existiram todo seu tempo

Trancadas no silêncio de uma alma frágil

Diante de uma civilização edificada no meio de um coliseu?

Quem usará os amores não vividos

Pelos anjos mórbidos da terra que tanto quiseram amar

Mas minguaram seus gestos adoecendo submersos

No licor da melancolia,

Intimidados por um mundo que se esqueceu de sentir?

Como tocar o coração da humanidade

Sendo que todos estão usando escudos

Pelo pavor de perder velando o medo de sofrer?

Seria possível perderem o medo da vulnerabilidade

E me abraçarem de peito nu

E tudo que for dito não ser guiado pela vaidade?

A vaidade superou todos os sentimentos

Colocando-os em um tabuleiro,

Tudo o que sentem hoje é baseado em perda e ganho

Uma hierarquia obscura,

Tudo virou um jogo

(Ou sempre foi muito bem disfarçado)

Que prefiro abandonar

Antes de deixar a vida

Se trancar em um tempo de morte súbita.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 25/09/2015
Reeditado em 21/10/2015
Código do texto: T5394529
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