Magia?
E essa onda percorrendo
as veias da vida
Como um rio correndo sedento
rumo ao mar
Beijado pelos ventos
assanhando folhas perdidas
No meio da tarde batendo à porta
sem nenhum aviso
E dai se há crises cobrindo o mundo?
E dai quantas coisas foram erros
ou quantas foram acertos?
Não fazem nenhuma diferença as interrogações!
É simplesmente primavera!
Podia ser qualquer outra estação
E dai?
Essa chuva ousada descendo dos céus só
Para molhar os meus cabelos
As nuvens assistem a água escorrendo
Meus átomos estão frenéticos
É somente isso!
Um segundo escrito, sentido, vivido
Um segundo eterno ao sabor do tempo
Sou dona do mundo dos sentidos
Dos mundos perdidos
Sou dona dos castelos de rosas
Dos caminhos de estrelas
E do luar de prata
Sou a dona das taças e metáforas
E sou tão dona que detenho as paisagens
E então?
Que onda é essa que me invade, se nem mesmo
sussurra de que deserto partiu?
Fecho os olhos, paro tudo
Sou refém dos luares, das estrelas, do vento,
Das ondas
Sou ecos no meio dos instantes de uma tarde de
primavera