Guadalupe (ou Degradação Humana)
Guadalupe (ou Degradação Humana)
fundo do poço
como Milland em Farrapo Humano
no rosto
nada além dos ossos
qe se contraiam e debatiam
soltando sons débeis e
incompreensíveis
o corpo batido e judiado
— encarquilhado —
de quem a rua era moradia
há mais tempo do que se sabia
senil
o espetáculo não consistia da pobre alma lutando com outra
— esta, longe da senilidade,
demonstrava apenas a mais profunda
insensibilidade —
o espetáculo estava na multidão
a multidão prestava o verdadeiro show:
o da degradação humana
que assistia
sem empatia
e se regozijava
a cada tapa
e nada parava
e ninguém impedia
o circo de horrores
a exposição humilhante
o número degenerado
ou os animais em volta