Àquela Estrela...

 
 
No alto, uma estrela, vogando o firmamento...
Aqui — querendo me levar — o sopro do vento...
Eu, apenas uma mulher que vaga
pelo céu — mas que às vezes fica no chão...
Não hoje — certamente — pois preciso da ilusão
que me faz viva, mas que também me rasga...
 
Por isso — loucura, talvez— ouço aquela estrela...
Já tentara Olavo Bilac — um dia— entendê-la.
Disseram-lhe que perdera o senso...
Porém digo: não— embora com ar Panteísta—
que ao ouvi-la encontro alguma pista
de um Deus maior e bem mais intenso...
 
Direi-vos ainda, que enquanto ela cintila 
há qualquer coisa que dentro de mim destila,
e que assim— pura— sinto o espírito de Deus
movendo-se pelo grande caos do universo...
Então— àquela estrela— escrevo esse verso,
na esperança que ele chegue aos ouvidos seus...
 
 



( Panteísta: 
adepto do panteísmo que é a crença de que Deus é tudo e todo mundo e que todo mundo e tudo é Deus)


Imagem: google