TEATRO DA VIDA

Papéis, encenação, ostentação;

E eis me aqui no teatro da vida,

Ator aplaudido – mas falido,

Desgraçado!

Que mantém o personagem,

Mas que a cada dia mata a si.

Que agrada ao público exigente,

Ah, exímio fingidor!

- Mas ai -

Que ao me aproximar de ti,

Afasto-me mais de mim.

Eis me aqui rasgado,

Dilacerado,

Mas o sorriso intacto!

A mente é um turbilhão,

Confusão, preocupação.

Mas isto não verá,

Pois só vê o que te mostro,

O que controlo...

Esta farsa de mim.

Se o meu eu transparecesse,

Ele te desafiaria;

Será que iria gostar?

Divirto-me a pensar!

É a comédia da vida,

É o drama interior.

E assim sigo eu,

E segue você,

Seguimos todos nós!

Dizendo sempre “sim”,

Quando se quer dizer “não”.

Lady J
Enviado por Lady J em 17/09/2015
Reeditado em 17/09/2015
Código do texto: T5385191
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