TEATRO DA VIDA
Papéis, encenação, ostentação;
E eis me aqui no teatro da vida,
Ator aplaudido – mas falido,
Desgraçado!
Que mantém o personagem,
Mas que a cada dia mata a si.
Que agrada ao público exigente,
Ah, exímio fingidor!
- Mas ai -
Que ao me aproximar de ti,
Afasto-me mais de mim.
Eis me aqui rasgado,
Dilacerado,
Mas o sorriso intacto!
A mente é um turbilhão,
Confusão, preocupação.
Mas isto não verá,
Pois só vê o que te mostro,
O que controlo...
Esta farsa de mim.
Se o meu eu transparecesse,
Ele te desafiaria;
Será que iria gostar?
Divirto-me a pensar!
É a comédia da vida,
É o drama interior.
E assim sigo eu,
E segue você,
Seguimos todos nós!
Dizendo sempre “sim”,
Quando se quer dizer “não”.