MARCAS DO QUE SE FOI - Poesia nº 06 do meu segundo livro "Internamente exposto"
Na pele tatuada destas
Experiências sombrias,
Vejo ali nas formas irreais
D’um tempo que, já morto,
As quais lembram o que
Eu fui e sou nestes dias,
O meu penado passado,
Deitado e sem conforto!
Foi a obra inacabada de
Uma sentença fria, impura,
Que até hoje a minha alma
Busca-se na cura, nem livra
Das dentadas fortes, doídas,
Desta metamórfica loucura,
Mesmo antes deste pecado,
Qual da morte, não me priva!
Há! Se foi lindo eu não sei...,
...Porque eu nada tenho mais;
O que agora, aqui se reveste,
É o que por dentro se parece.
É como se eu fosse um corpo
Avesso, nos atos sepulcrais!
Por fora, a pele que me deste
Ó vida, é manto que apodrece!
Sou gotas de um veneno lento
Embebido nas solidões finais,
Em um repousar sonolento...,
Deste meu destino que falece!
Eduardo Eugênio Batista
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