AR - Poesia nº 74 do meu primeiro livro "Em todos os sentidos"
Ah! Meu leve e puro ar,
Que ao se transformar,
Neste meu imo de vida,
Absorvo-o vivo tão forte,
E me livras dessa morte...!
A morte que eu não respiro,
Qual desse pesadelo retiro,
E que em nós causa ferida!
Como te pegar ou guardar,
Neste seu invisível habitar?
E no mundo dos elementos,
Tu, mais rico dos alimentos,
Não tens a honra merecida!
Fazer todo o ser sobreviver,
Ser tão vital, sem aparecer...
Meu ar livre e que consumo,
Dos pulmões é o meu sumo,
E pro coração se faz batida!
E que preço deve-se pagar,
Sem o teu sumiço nos levar?
Minha dívida é em lamento,
Que não alcanço no tempo,
Na tua forma tão agredida...!
E avisas-me com o vento só,
Que não há piedade nem dó!
Quando você rarear e desistir,
No que faz morada meu ir e vir,
Farei a nossa triste despedida!
Seu último suspiro - suspirará,
E depois, nunca mais voltará!
Eduardo Eugênio Batista
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