Trânsito
É uma guerra entre rodas e pernas,
de máquinas, asfalto e coração,
sanguinária, sem sentido, sem razão,
na pressa de segundos e centímetros,
dominada pelo velocímetro,
de máquinas de último tipo,
possantes e arrogantes,
sem sentimentos, sem compaixão.
Se o Air bag abriu, fechou-se uma vida,
na fatídica hora que o sinal mudou de cor,
e ali, na pista, só destroços e despojos,
que a velocidade sem sentido,
transformou somente em dor.
E sem heróis, sem vencedores,
entre choro de mães e outros amores,
o monstro de tantas cores,
vai deixando o seu rastro,
de ferros retorcidos,
corpos desfalecidos,
e as buzinas dissonantes,
sufocam gritos lancinantes,
De um horror em movimento!