EU, PEDRA. PERDÃO...

me parece corriqueiro

mesmo entre os insuspeitos

retalhar o passado à gilete

acabar com tudo no isqueiro

afogar amores nos copos

emparedar segredos no peito

criar fundos falsos para questões verdadeiras

mentir quando mentir já não vem mais ao caso

para não dar a cara a tapa

nem pedir clemência ao ladrão

fazer-se de forte diante do pavor

confiar na invisibilidade da capa

para então engolir escorpiões

e criá-los no vazio do coração

encontrar a passagem secreta para fatos declarados

mentir à vista quando a verdade pode ser paga a prazo