Carências
Careço do ar, de ter o lugar
De nada falar e apenas gostar
De ali estar sem se obrigar
Careço de ter a quem entender
Que valha o saber por assim dizer
O velho querer de tanto aprender
Por não saber nada, o novo me agrada
Refaz minha fala, já acostumada
A ficar calada pra quando for dada
Bem assim dizer aos tolos que pensam
Que eu nada penso, que fui derrotado
Carecem os tais então de atalhos
Que me foram dados pelo que plantei
E agora abuso em falar que sei
Pois em tempo me dei em ouvir demais
E querer um pouco mais
E fingir sempre que nada sei
Na busca de ser um bom aprendiz
E quem sabe, ter um pouco a ensinar
Do velho hábito de todo ser humano
A eterna carência em ser feliz!