O JABURU, O BRUXO E A NAÇÃO
O JABURU, O BRUXO E A NAÇÃO
Como um veado foge,
O bruxo faz metagoge.
Como a andorinha voa,
A criança violada só soa.
O jaburu se veste de luto,
Usa pouco preto no tributo,
Chora pela raça dita racional,
Cala-se pelo orgulho nacional;
Quando todos querem tudo
E o povo coerente fica mudo.
Quem são esses no planalto?
O Jaburu se cala num assalto.
Quantas quadrilhas perto do fogo,
Todos ganhando num só jogo
E o bruxo na floresta escura chora,
Quer fugir da nação e ir embora;
Manda a puta rainha daqui sair,
Não permaneça aqui, ela tem que ir.
Pó de veado na estrada abandonada,
Pó de andorinha na mata desolada.
E o Jaburu triste com o bruxo desiste
Sem olhar para traz o jaburu resiste.
O bruxo?
Anda perdido, talvez louco ou sonhador.
Que um dia o povo justo será vencedor!
André Zanarella 05-12-2014
METAGOGE -
Atribuição de sentimentos a coisas inanimadas.