silêncio!

à beira do abismo devemos

respeitar a sua fundura,

não pensar no caminho

que os pés tanto lembram,

nem nos apegar aos dançarinos

que nada sabe a não ser arte

do equilíbrio;

nem imaginar o que mais

do além me espera.

a espessa noite me afronta

a sua asa de madeira oca

já faz do silêncio sua cama;

o machado escuro do

sonho já tilinta entre os tijolos

das casas;

o coração de tanto

morrer é vivo,

olhos esbugalhados

a explodir na noite angustiosa.

sozinho,

sem pai, nem mãe,

sem Deus,

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 01/08/2015
Código do texto: T5331665
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