só
silêncio!
à beira do abismo devemos
respeitar a sua fundura,
não pensar no caminho
que os pés tanto lembram,
nem nos apegar aos dançarinos
que nada sabe a não ser arte
do equilíbrio;
nem imaginar o que mais
do além me espera.
a espessa noite me afronta
a sua asa de madeira oca
já faz do silêncio sua cama;
o machado escuro do
sonho já tilinta entre os tijolos
das casas;
o coração de tanto
morrer é vivo,
olhos esbugalhados
a explodir na noite angustiosa.
sozinho,
sem pai, nem mãe,
sem Deus,