FUSCA COR-DE-ROSA

Comprei um fusca cor-de-rosa

E, lá fui eu todo prosa...

Passear pela cidade

Parei no primeiro posto,

Pedi pro frentista com gosto

Encha na total capacidade.

Ah, na porta pintei uma rosa branca

Pois que branca é a cor da paz.

Um verso de Florbela Espanca:

"Ó meu leito de núpcias irreais!..."

Pisei mais fundo no acelerador

E de outro verso me lembrei:

"Enigmáticas campas medievais..."

Nas quais, ser poeta era ser rei.

Então, manobrei o fusca cor-de-rosa,

E fui pondo um fim a minha viagem.

Mesmo com a alma triste e dolorosa

Entrei e guardei o fusca na garagem!

Roberto Jun
Enviado por Roberto Jun em 29/07/2015
Código do texto: T5327536
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