MELANCOLIA

MELANCOLIA

Sou corpo que desiste do amor,

Não recebo mais o colibri aqui,

Os amores deixaram cicatrizes,

A solidão virou tatuagem d’alma...

Queria um amor para ser amado,

Amor que eu pudesse amar,

Mas estou na estrada sozinho...

A jura de amor foi apenas rabiscos

Riscado com giz no asfalto quente

Que a chuva veio e lavou tudo...

Hoje sou partícula de pó na fuligem

Que arde os olhos na queimada,

Ressecando a alma nas metrópoles,

Vou brisa no meio do furacão,

Não sei mais por que estou aqui.

Por que tenho ainda saudades...

Troquei a roupa de “mauricinho”

Por uma camisa de Venus qualquer...

Penso em giletes, cordas e comprimidos,

Estou preso a amores perdidos,

Maldição amar e não recuperar,

Queria o copo de soda caustica,

Talvez misturado com um uísque,

Acompanhado de barbitúricos

E apenas fechar os olhos e encerrar,

Partir nas asas do sonho de ter amado.

André Zanarella 22-12-2014

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 28/07/2015
Código do texto: T5326268
Classificação de conteúdo: seguro