MELANCOLIA
MELANCOLIA
Sou corpo que desiste do amor,
Não recebo mais o colibri aqui,
Os amores deixaram cicatrizes,
A solidão virou tatuagem d’alma...
Queria um amor para ser amado,
Amor que eu pudesse amar,
Mas estou na estrada sozinho...
A jura de amor foi apenas rabiscos
Riscado com giz no asfalto quente
Que a chuva veio e lavou tudo...
Hoje sou partícula de pó na fuligem
Que arde os olhos na queimada,
Ressecando a alma nas metrópoles,
Vou brisa no meio do furacão,
Não sei mais por que estou aqui.
Por que tenho ainda saudades...
Troquei a roupa de “mauricinho”
Por uma camisa de Venus qualquer...
Penso em giletes, cordas e comprimidos,
Estou preso a amores perdidos,
Maldição amar e não recuperar,
Queria o copo de soda caustica,
Talvez misturado com um uísque,
Acompanhado de barbitúricos
E apenas fechar os olhos e encerrar,
Partir nas asas do sonho de ter amado.
André Zanarella 22-12-2014