AVESSOS

Minha poesia foi abortada

Não há mais o verso embrião

Vomitei com gosto todas as estrelas,

vomitei as noites enluaradas

Que venha a roupagem das enxurradas

Quero a fumaça dos cigarros e das

madrugadas

Quero um trago de qualquer bebida amarga

Obviamente com gelo,

obviamente em taça de cristal

Odeio copos de botecos, sujos ecos

Gosto do sabor dos olhares que se despedem

da sátira noturna

Olhares de vidro, olhares de pedras,

olhares perdidos

Gente sem causa, gente marmorizada,

gente transcendental

À luz do sol se decompõe a magia,

em versos insanos, repetitivos, mecanizados

Por toda a terra fabricam-se humanos

Humanos fabricados na Terra

Desumanizados, condicionados, alienados, apressados

Felizmente sou de Marte e nada disso importa

Dê-me um cigarro ( cito o pedido já feito)

Dê-me um trago

E para finalizar eu quero qualquer canção mundana

Sente-se, serei gestante na calmaria da noite!

Simone Stone
Enviado por Simone Stone em 26/07/2015
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