Existência inglória.
24. 11. 2015.
Existência inglória.
Eu sei dessa dor de vocês,
Eu entendo essa ladainha,
Muito da dor de vocês
Também é minha.
Eu sei dos olhos
Verdes e azuis que
Reluzem um brilho cinza,
Também os meus
Castanhos possuem
A mesma a premissa.
Eu sei de tudo que
Não é dito,
Dessa angústia no peito
Disfarçada muitas
Vezes por um sorriso
Acolhedor.
Eu sei do cansaço
De interagir numa
Sociedade feita de críticas,
Preconceitos e desamor.
Eu sei da mão pesada
Da vida e da desunião,
e também da força da mãe que
Foi pai e do pai que é irmão.
Eu sei da lição de passar
por tantos desabores
sem pisar em ninguém,
Sei sobre deixar de lado
Os ressentimentos e
Estender a mão.
Sei da baixa estatura
E do gigantismo
Do coração.
Eu sei que os laços
Que nos une transcendem
Os carnais, que existe um
Elo muito mais forte...
Coisas espirituais.
Eu sei e vou levar
Pra sempre a força dessa
Nossa história,
Mesmo que seja eterna
Essa minha sina
De ter uma existência
Inglória.