Meu real

Meu real

Não saberia viver de inventos

se acaso fosse vazio;

nada teria sentido

se, em mim, tu não existisses...

Permissivo à rendição,

por entre dores e alegrias,

nos mais ternos sentimentos,

em desertos de emoções

há sempre uma intersecção

que nutre os meus loucos dias

e a fundo me faz viver...

Mover-me em teu céu, o teu cio

me faz descobrir loucuras,

redescobrir teus mistérios...

E em teu ser, o meu refrigério,

encontros à minha cura.

Nas horas em que estou feliz

eternizam-se os segundos;

me sinto vasto e profundo;

não me perco por um triz,

mas esqueço de todo o mundo

quando me embrenho em ti.