MANHÃ DE SAUDADES
MANHÃ DE SAUDADES
A luz da manhã invade o quarto,
O despertar é lento caramujo,
Que se enrola em seu movimento,
Estica-se no seu despreguiçar.
Lembro-me de mãos e dedos a tocar,
Movimento arrítmico com charme,
Como nascimento de uma flor,
Como letras para o analfabeto.
Tudo tem seu charme na lembrança,
A gota de suor que traçou seu caminho,
A nota musical que foi tocada,
Um violino ao longe associado ao piano,
A dança moderna que rouba da ioga.
Eu deitado na minha preguiça,
Lembro-me de você e seu corpo,
De seus movimentos clássicos,
Num corpo tão jovem e belo,
Seria corpo jovem com alma velha?
A lembrança é tão cheia de neblina,
Vejo seu cabelo ao longo da face,
Seu sorriso enigmático e belo,
Seria apenas recordação?
Seria um sonhar cochilado?
Estou perdendo a hora.
André Zanarella 04-04-2014