UM TEMPO, ENTREGO O MEU CORPO - Poesia nº 60 do meu primeiro livro "Em todos os sentidos"

Aqui dentro agora e lá fora,

Entre o meu ser e o saber,

Estou muito pouco no que há de louco;

Voo de mim na surda noite, vago e trago

Uma essência pura, mas talvez sem ter cura,

Ao que o suscetível, pugna pelo incorrigível...

E o elemento - é sempre o tempo,

Que se alimenta e se experimenta

No arremessar-se das promessas,

No vestir do eu de ontem..., a se ir,

Do hoje e..., do futuro que procuro!

Consome-me o dia prosa - toda a alegria;

Devora-me a noite seguinte com requinte,

Para qualquer madrugada vir e me engolir,

Em tudo que é - o falso sentir sem desistir.

Deste meu corpo não sobra nada,

No desejo da minha culpa levada.

Só a minha mente como indigente,

Das tantas ilusões que em aflições,

Já no desmanchar da carcaça que virou caça,

E ao infortúnio da minha vida, toda invadida;

Lembrou o sopro do meu coração,

Que se perdeu, no ar da solidão!

Eduardo Eugênio Batista

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Setedados
Enviado por Setedados em 14/07/2015
Código do texto: T5311108
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