Lucidez
                                                              Ao poeta Armindo Trevisan.
 
Disse-me o poeta
que lucidez enternecida
é a substância da poesia.
 
Capta-a o olho arguto
como antídoto
para o fenecer da fé,
diante de belezas
roubadas do porvir.
 
Ao pusilânime,
a mesma ciranda
embala o cotidiano
à roda do umbigo.
 
Não o comovem
as dores dos desamparados,
o turvo horizonte dos desenganados.
 
E no mundo caótico
de automóveis e
supermercados,
restam amargurados
os corações dos sensíveis.
 
Mas como ato de esperança,
o poema subverte
a lógica da história,
e põe sorrisos
nas dimensões
do tempo.
 
Como chuva de purpurina
clareando a noite
sem estrelas.
 
Fábio Amaro
Enviado por Fábio Amaro em 14/07/2015
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