Carta II

Tenho tão somente o agora

Acordado do sonho do amanhã

Que iludira o passado

Fenecendo sempre de mãos atadas

O destino previsível do para sempre,

O frenesi de um futuro

Em um quadro realista no Louvre

Sem passado para realiza-lo

Restaurando o presente

Em um sonho quixotesco,

O frenético presente

Como o barco ébrio

Rodando a esmo em meio do oceano

Zonzo pelas pétalas espalhadas

Da rosa dos ventos espicaçada,

O leme gira mirando horizontes

Sem sair do lugar,

As flores se abrem como chagas

E bebem sal para consolidar a dor

De esperar pelo naufrágio certeiro

Esvaindo amor pelo tempo

Zelado na solidão

De ter que te amar na ausência.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 11/07/2015
Reeditado em 27/07/2015
Código do texto: T5307338
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