A RESPEITO DE TI
Há um poeta em mim que sobrevive
ao meu lado imbecil. Ser Natural
é como o chamo. Vem com o vinho,
na segunda taça. Mergulha livre
no passado e resgata do banal
à dor. Gosto dele, faço-o vizinho.
Fecho as janelas, tranco as portas
e o convido ao chá das três horas.
Trocamos confidências. Confesso
a ele que, agora, já não me importas
nesse tempo em que por mim choras.
Ele duvida de mim. Então, peço
a ele que vá embora. Ele me caçoa.
Vingo-me: guardo o vinho na geladeira.
Ele protesta. Diz que não existo
sem ele. Fala de minha vida à toa,
dos amores vividos sem eira nem beira
e, sobre ti, me pergunta: o que é isto?
Calo.
Há um poeta em mim que sobrevive
ao meu lado imbecil. Ser Natural
é como o chamo. Vem com o vinho,
na segunda taça. Mergulha livre
no passado e resgata do banal
à dor. Gosto dele, faço-o vizinho.
Fecho as janelas, tranco as portas
e o convido ao chá das três horas.
Trocamos confidências. Confesso
a ele que, agora, já não me importas
nesse tempo em que por mim choras.
Ele duvida de mim. Então, peço
a ele que vá embora. Ele me caçoa.
Vingo-me: guardo o vinho na geladeira.
Ele protesta. Diz que não existo
sem ele. Fala de minha vida à toa,
dos amores vividos sem eira nem beira
e, sobre ti, me pergunta: o que é isto?
Calo.