Metáfora colonoscópica
Aquele olhar que enxerga quase tudo,
se pôs a devassar minhas entranhas,
a vasculhar nas teias de aranhas
em busca dalgum ente surdo-mudo.
E remexeu sem dó, sem parcimônia...
os antros do meu tubo digestivo,
como soubesse achar um bom motivo
pra brindar o final da cerimônia.
Aquele olhar agudo, sem-vergonha...
me desnudou, do reto ao duodeno,
qual uma cobra preta, sem veneno,
atrás dalguma fonte de peçonha.
Só pra satisfazer a velha sanha,
abocanhou um pólipo pequeno.
Aquele olhar que enxerga quase tudo,
se pôs a devassar minhas entranhas,
a vasculhar nas teias de aranhas
em busca dalgum ente surdo-mudo.
E remexeu sem dó, sem parcimônia...
os antros do meu tubo digestivo,
como soubesse achar um bom motivo
pra brindar o final da cerimônia.
Aquele olhar agudo, sem-vergonha...
me desnudou, do reto ao duodeno,
qual uma cobra preta, sem veneno,
atrás dalguma fonte de peçonha.
Só pra satisfazer a velha sanha,
abocanhou um pólipo pequeno.