GUERRA 2
GUERRA
Tiros de canhão ao longe,
Na catedral o órgão chora,
O coral de anjos canta triste.
O incenso faz serpentes no ar,
Bombas arrasam edifícios,
Os zepelins quietos veem tudo,
Ruínas cinza e esfumaçadas,
E os corais de anjos só cantam.
Senhoras com véus rezam,
E Jesus na cruz nada faz.
A morte é a senhora ceifadora,
A cortina de fumaça abraça a todos,
Abraça o nenê que chora de fome,
A prostituta bêbada e a beata
E o coral de anjo canta na catedral.
O órgão empoeirado da um tom funesto,
A fumaça de incenso se mistura
Com a fumaça das bombas,
Os zepelins caem como anjos caídos,
Tudo porque alguém quis a pureza racial
E a historia se repete e repetirá
Corais de anjos multicoloridos cantam.
Humanos achando superiores a humanos
A raça desta vez falou mais alto na questão,
Pode ser uma ideologia diferente da outra,
Um gosto entre quatro paredes,
Pode ser qualquer coisa onde haja diferença
Sendo a diferença vista com inferioridade,
Os anjos cantam ao som do órgão quebrado
Talvez um dia o amor vença, talvez!
André Zanarella 03-04-2014