Constelação
Soltei um grito de dor no infinito
Onde o som teus ouvidos
Não pudessem alcançar
Alcovitei milhões de corações
Embasbacados por beleza
E inexatidão
Vesti-me qual messalina
Indo em busca de olhares
E compadecimento
Meu alimento só pode ser teu coração
Mas não mo destes
Relegastes aos escárnios
Tua emancipação
Conclamo tua luz
Nua em pedras
Do desvario no qual
Encontro o fio da teia do meu abandono
Deixe-me amar teu corpo
Uma noite mais
E o frio do sereno de Saturno
Enlaçar-nos-á em seus anéis
Farei sem pressa
Serei tua donzela
Sob a luz do nosso luar
Ofertarei duas tulipas roxas
Ao nosso amor
Que tu saborearás ao sabor do vento
A cada gemido
Olharás uma estrela
E juntos faremos
Uma constelação!