Vapor da Boca
O inverno é a caverna do tempo,
É a taberna que incuba as flores,
É o calor do beijo, vapor da boca,
É o sol guardado só numa gaveta.
O inverno é a atitude agasalhada,
É o vinho pervertido, suor morto,
É a camurça sem atrito das luvas,
É a cordilheira dos arrepios frios.
O inverno é o vento, uivo e lobo,
É o porto do destino, rio revolto,
É a camomila em fumaça branda,
É a solidão com o capuz do sereno.
O inverno é a caverna do tempo,
É a taberna que incuba as flores,
É o calor do beijo, vapor da boca,
É o sol guardado só numa gaveta.
O inverno é a atitude agasalhada,
É o vinho pervertido, suor morto,
É a camurça sem atrito das luvas,
É a cordilheira dos arrepios frios.
O inverno é o vento, uivo e lobo,
É o porto do destino, rio revolto,
É a camomila em fumaça branda,
É a solidão com o capuz do sereno.