Rosa dos Ventos
Quando a rosa dos ventos se espicaça
Os lugares se misturam e esparramam,
Pois os destroços dessa rosa
São pétalas de um tempo sem tempo
De um espaço sem espaço
Difundidas no acaso onde tudo acontece
Para fora pela força criadora do Caos
E um movimento de abraço vazio por dentro
Edificando o tudo com a imanência do nada,
A vida explosiva e a boca sem nome
Com as mãos vazias de corpo,
A boca no nome e as mãos no corpo
E a vida implodida dentro de outra,
O meu nome alcançando espaço
E o fracasso nos olhos que não te alcança,
Você nos olhos e o fracasso no nome,
Eu que nada espero, que não tenho rumo,
Tenho a flor branca da angústia no peito
E os espinhos do desespero na fronte me lançando para vida
Respondendo que só existe este momento
E que mesmo se o acaso em sua dança caótica
Configurar a rosa com a mesma carne e nome
A paixão dessas pétalas terão outra cor, outra dor,
E os nossos nomes tão trabalhados para serem válidos
Serão inválidos por serem a única coisa igual.
25/05/2015