Rosa dos Ventos

Quando a rosa dos ventos se espicaça

Os lugares se misturam e esparramam,

Pois os destroços dessa rosa

São pétalas de um tempo sem tempo

De um espaço sem espaço

Difundidas no acaso onde tudo acontece

Para fora pela força criadora do Caos

E um movimento de abraço vazio por dentro

Edificando o tudo com a imanência do nada,

A vida explosiva e a boca sem nome

Com as mãos vazias de corpo,

A boca no nome e as mãos no corpo

E a vida implodida dentro de outra,

O meu nome alcançando espaço

E o fracasso nos olhos que não te alcança,

Você nos olhos e o fracasso no nome,

Eu que nada espero, que não tenho rumo,

Tenho a flor branca da angústia no peito

E os espinhos do desespero na fronte me lançando para vida

Respondendo que só existe este momento

E que mesmo se o acaso em sua dança caótica

Configurar a rosa com a mesma carne e nome

A paixão dessas pétalas terão outra cor, outra dor,

E os nossos nomes tão trabalhados para serem válidos

Serão inválidos por serem a única coisa igual.

25/05/2015

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 25/05/2015
Reeditado em 25/04/2020
Código do texto: T5253882
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