Outonal

Entendemos as manhãs de outono,
No rangido das janelas cinzas, frias
Do último quarto das nossas vidas.

O sol em erupção pelos arrepios,
Passos em silêncio semi-invernal,
Pássaros cantam dores dos dias.

Claro, ele possui o corpo do verão,
E a calada alma calma do inverno,
Ele escreve em chamas e lê gélido.

Não é a maior cobiça dos poetas,
É o fim das águas, o início da seca, 
A lâmina de aço e a frágil cortiça.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 24/05/2015
Reeditado em 24/05/2015
Código do texto: T5252846
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.