Sou homem sem raízes
Sujeito sem vocação
Corpo anônimo que vive tão somente...
Gigante que se disfarça de anão
(ou será o contrário?).
 
Não sou homem de reflexão
Não, conheço a frustração...
 
Assim renego toda
Filosofia
Teologia
Ideologia
E quantas mais ‘ia’ houverem por aí...
 
Mas eis que dentre as ‘ia’
Uma há que merecia assento
Na Biblioteca de Alexandria...
A alegria
Ah! A alegria...
 
A alegria que a filosofia não explica
A teologia não santifica
A ideologia não complica...
 
O mais é estar certo que não há mais
Tempo nem razão
Para adiarmos a viagem...
 
Sejamos alegres por inevitabilidade
Alegres porque o oposto não satisfaz...
Choremos, porém, a tristeza das obviedades
E o tempo que deixamos para trás.