donos do mundo
emparedado por entre
lages, pedras e palavras
fingimos liberdade,
pesada pedra na casca
da testa, claro dilúvio
correndo na pele das trevas.
não perguntamos
sequer
quem é ela.
sonoras pedras viajando
pelos ares
comendo as bordas do
mundo como se fosse
na pele do banido, a lepra,
ninguém pergunta
quem é ela,
quem é ela
insurdecedoras carnificina
andam no telhado,
esperando na surdina descer
aos nossos encalços como
de noite no corpo do homem
desprevenido, o carrapato
e ninguem
pergunta
que olha
quem é
não se colhe
é colhido pelos donos
do mundo