donos do mundo

emparedado por entre

lages, pedras e palavras

fingimos liberdade,

pesada pedra na casca

da testa, claro dilúvio

correndo na pele das trevas.

não perguntamos

sequer

quem é ela.

sonoras pedras viajando

pelos ares

comendo as bordas do

mundo como se fosse

na pele do banido, a lepra,

ninguém pergunta

quem é ela,

quem é ela

insurdecedoras carnificina

andam no telhado,

esperando na surdina descer

aos nossos encalços como

de noite no corpo do homem

desprevenido, o carrapato

e ninguem

pergunta

que olha

quem é

não se colhe

é colhido pelos donos

do mundo

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 16/05/2015
Reeditado em 16/05/2015
Código do texto: T5243667
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