Inspirações Versatilizadas
O meu tempo de menino
Lembro com muita saudade
Das histórias de troncoso
Da casa mal assombrada
Da cobra grande no pau grosso
Talvez a sucuri, sei lá
A curupira, matinta pereira, mapinguari
O porco espinho, a coruja na cabeça da ladeira
No rio a tábua esticada
O bate-bate da lavadeira
O paneiro de caranguejo
De boca amarrada
No alçapão aberto um pedaço de mamão
Para pegar pipira
Avoante cobiçada
Almoço garantido
As piabas pescadas nas garrafas
Com fundo pra dentro
A farinha é a isca preferida do pescador
No terreno, o mato a mais de meia altura
O leite do lacre para matar impinge
O sabor travoso da murta
O azedume da jurubeba
Os bagos do araticum cheiroso
Na cerca feita de estacas
O pé de melão caetano
Doce pra danar
Pego a peconha
Subo na pupunheira
Pra apanhar um cacho
Lá de cima vejo que tem abacaxi afolhe
Como um canapu que tem o gosto amargo
O caroço do pião roxo
Serve de arma para minha baladeira
As garças passeiam na beira do rio
As galinhas d’água estão de tocaia
Querendo achar o que comer
Os moleques sobem na árvore
E pulam de flechada
A bola rola num pequeno espaço de chão
No jogo de travinhas
O campo improvisado
É um verdadeiro tijuco
Quem vê o arco-íris
Diz que ele está bebendo água do rio
Pra levar pro mar de noite
Uma mulher vestida de branco
Anda pelas ruas
Dizem que é a rasga mortalha
O medo vem, mas depois passa
O medo vem, mais depois vai embora
A mucura capturada na ratoeira
Vai pra panela não tem jeito
O interior do caroço do tucumã
Tem um coquinho delicioso
Bom demais
A ingá chichica, tem uns bagos cobiçados
Lá vem a história do lobisomem
Aquele que ataca todo mundo
Na casa mal assombrada
São jogados inúmeras pedras
Mas ninguém sabe de onde ela vem
Na noite de lua cheia, quem assobiar
Pode ser surpreendido com um beliscão
As favas verdeiras ou brancas
Vão pra panela de pressão
Um relâmpago, um corisco, o disco voador
E o barulho do trovão
Tudo isso amedrontava a molecada
Que brincava na rua
Sem se preocupar com o tempo
Tempo bom que não volta mais.
O meu tempo de menino
Lembro com muita saudade
Das histórias de troncoso
Da casa mal assombrada
Da cobra grande no pau grosso
Talvez a sucuri, sei lá
A curupira, matinta pereira, mapinguari
O porco espinho, a coruja na cabeça da ladeira
No rio a tábua esticada
O bate-bate da lavadeira
O paneiro de caranguejo
De boca amarrada
No alçapão aberto um pedaço de mamão
Para pegar pipira
Avoante cobiçada
Almoço garantido
As piabas pescadas nas garrafas
Com fundo pra dentro
A farinha é a isca preferida do pescador
No terreno, o mato a mais de meia altura
O leite do lacre para matar impinge
O sabor travoso da murta
O azedume da jurubeba
Os bagos do araticum cheiroso
Na cerca feita de estacas
O pé de melão caetano
Doce pra danar
Pego a peconha
Subo na pupunheira
Pra apanhar um cacho
Lá de cima vejo que tem abacaxi afolhe
Como um canapu que tem o gosto amargo
O caroço do pião roxo
Serve de arma para minha baladeira
As garças passeiam na beira do rio
As galinhas d’água estão de tocaia
Querendo achar o que comer
Os moleques sobem na árvore
E pulam de flechada
A bola rola num pequeno espaço de chão
No jogo de travinhas
O campo improvisado
É um verdadeiro tijuco
Quem vê o arco-íris
Diz que ele está bebendo água do rio
Pra levar pro mar de noite
Uma mulher vestida de branco
Anda pelas ruas
Dizem que é a rasga mortalha
O medo vem, mas depois passa
O medo vem, mais depois vai embora
A mucura capturada na ratoeira
Vai pra panela não tem jeito
O interior do caroço do tucumã
Tem um coquinho delicioso
Bom demais
A ingá chichica, tem uns bagos cobiçados
Lá vem a história do lobisomem
Aquele que ataca todo mundo
Na casa mal assombrada
São jogados inúmeras pedras
Mas ninguém sabe de onde ela vem
Na noite de lua cheia, quem assobiar
Pode ser surpreendido com um beliscão
As favas verdeiras ou brancas
Vão pra panela de pressão
Um relâmpago, um corisco, o disco voador
E o barulho do trovão
Tudo isso amedrontava a molecada
Que brincava na rua
Sem se preocupar com o tempo
Tempo bom que não volta mais.