Anjo noturno

É necessário conhecer meu próprio abismo.

É nele que eu encontro meu próprio eu.

O eu que se perde em quimeras.

Em desditas, vendetas de longas eras.

Eu arcano, regente seguro

Sombrio, refulgente e soturno

Voando no infinito céu,

E rasgando completamente o véu,

Quero ir embora de mim....

Mas se eu não sou,

Se eu abismo fui,

Como embora posso ir de onde não estou?

Como rasgar o véu cujo tecido do céu de mim foi feito?

Então indagações surgem a todo momento.

Desespero bate a porta e entra como furacão pela janela.

Tento me esconder das verdades.

E são nelas que me perco

A perdição que é o começo

Me faz e refaz andar nesta escada em círculos emundas

E vindas subidas e descidas rumo ao universo interior...

Daniela Paiva
Enviado por Daniela Paiva em 22/04/2015
Reeditado em 24/10/2015
Código do texto: T5216654
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.