Anjo noturno
É necessário conhecer meu próprio abismo.
É nele que eu encontro meu próprio eu.
O eu que se perde em quimeras.
Em desditas, vendetas de longas eras.
Eu arcano, regente seguro
Sombrio, refulgente e soturno
Voando no infinito céu,
E rasgando completamente o véu,
Quero ir embora de mim....
Mas se eu não sou,
Se eu abismo fui,
Como embora posso ir de onde não estou?
Como rasgar o véu cujo tecido do céu de mim foi feito?
Então indagações surgem a todo momento.
Desespero bate a porta e entra como furacão pela janela.
Tento me esconder das verdades.
E são nelas que me perco
A perdição que é o começo
Me faz e refaz andar nesta escada em círculos emundas
E vindas subidas e descidas rumo ao universo interior...