Conveniência do mais forte (Via Platão)

Em um pedaços de couro

Em outros, tintas e poucos papéis.

Muitos de anéis no dedo

Tão poucos sendo fieis

Nos poucos espaços da linha

E das cartilhas, os bordeis.

São poucos traços de tinta

São muitas mãos sem anéis

O titulo não leva a nada

Nas mágoas dos coronéis

São muitos com muita tinta

São poucos sendo fieis

A jura discreta e o crime

A roça, a enxada e os pés.

São muitos com pouca história.

São poucos em seus bordeis

E os heróis não têm índole

Sem honra mancham os papeis

É pouca água e comida

Escravos dos coronéis.

É pouca tinta no sangue

É sangue só dos fieis

É pouco, o pedaço de terra.

É guerra sem ter anéis.

É pouco pedaço de tinta

É sangue sem tinta e fieis

É muita gente nas urnas

Escravos de coronéis.

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 01/04/2015
Reeditado em 27/05/2017
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