ÁLIBIS
Eu vi em teu olho Calcanhoto, e o vento se desfez em chuva como um rio que corria sem córrego, deitou sobre a noite, como quem cheira as horas sentiu teu gosto em pele de Gal.
Devoram-te as pernas, ancas saciam a canção, a poesia faminta, o verbo calado, fez dedilhar no exílio do sol, já era um instante, não era tempo.
O mar desfez a cama, serenou entre o joelho a voz de Bethânia, era o poeta adentrando a língua, riscando a giz a palavra, fez-se então a prosa.