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VENTO DE VERÃO
 
Sabe? O vento do verão
é quase uma ilusão.
Não tem passado nem futuro,
mas chega assim e balança
de alto a baixo, não paga fiança
dessa liberdade que perjuro...
 
Sabe? Ele é do momento
e até segurá-lo eu tento...
Mas balança os galhos e parte
antes ou depois da chuva
que a minha vidraça turva.
Sua performance é uma arte...
 
E eu? Eu fico o chão olhando.
Este que a chuva vai molhando
e que já me viu chorar;
viu-me amar e até sorrir...
Esse chão de searas porvir
e que só precisei plantar.
 
Mas não plantei, e o que me resta
é o vento que me sequestra
trazendo coisas que vivi...
E são nesses sussurros;
ou nesses silêncios casmurros
onde me abrigo sem ti...
 
 
  ( Imagem google)