Chove lá fora,
Se sol houvesse não seria desigual.
No calabouço há só uma penosa luz iluminando as misérias contínuas
De quem buscou uma janela e deparou-se com muros frios,
E apalpando os muros encontrou uma fenda.
 
De que serviria uma fenda a não ser para estreitar o infinito
E ampliar a solidão do cárcere arraigado no âmago?
 
Asas que ostentam a liberdade
Curvadas à sombra factícia das coisas,
Acaso entregam-se a decifrar as falas dos ventos
Que estão a contar coisa nenhuma?
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 15/03/2015
Reeditado em 15/03/2015
Código do texto: T5170553
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