ILUSÃO
Esta noite, não quero que sejas gentil.
A velha árvore arde e queima no final do dia.
Os homens, próximos da morte,
Revelam-se mais fracos do que imaginam ser.
Não sejas gentil esta noite.
A lua queima de prata a lamina de água,
Que insiste em revelar toda claridade,
Todo espelho, que na verdade não diz nada.
Apenas a luz que não dá brilho, contudo, ilumina.
Não sejas gentil esta noite.
O sol nasce apenas, para reforçar,
O brilho dos olhos de quem não deseja ver.
Não sejas gentil esta noite...
Di Camargo 02/02/1994