Grão

Pouco sei de mim

Pouco sei de nós

Pouco sei de tudo

E com o pouco sou capaz

De amar sem fim

E sem fins, não ser demais

Velejar no espaço

Entre o excesso

E a escassez

Estar sóbrio

No equilíbrio

Dos meus porquês

Distante do que almejo

Tão perto do que preciso

No lugar do qual não sou, mas hoje, estou

Cuidando do tempo que alcanço

Vivendo o tudo que possuo

No pouco que mereço

Diante de um Deus

Que me conhece com afinco

Sabe tudo, pode tudo

E num cuidado absoluto

Pede-me tão pouco

Um pouco de amor

O menor dos grãos

E de grão em grão

Um mundo melhor

E o céu ao meu dispor!