de profundis

Tu não sabes

Mas um rio imenso

te ronda pela pele,

inunda teus pés,

e te esbarra pelas pernas,

Sussura em seus ouvidos

E te amanhece todos os dias.

as profundezas sem nomes

de escalpela sem que o saiba.

Pode nadar, sufocar

E destronar de teus embrulhos;

sabes que tua morte

já existe nalgum ponto do tempo

Tuas palavras são facas

E meu desejo e de te apontar

O tamanho do abismo,

Mas tu sofres tanto

Com tão pouca agonia

O que diria tu, se chegasse

Ao fundo do oceano

Na noite estrangulada

Nas entranhas da mais

Terrível sombra,

Não penses que viu

A face crua da natureza,

e acima de tudo

ela ainda não te disse

a tua grandeza

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 24/02/2015
Código do texto: T5148476
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