de profundis
Tu não sabes
Mas um rio imenso
te ronda pela pele,
inunda teus pés,
e te esbarra pelas pernas,
Sussura em seus ouvidos
E te amanhece todos os dias.
as profundezas sem nomes
de escalpela sem que o saiba.
Pode nadar, sufocar
E destronar de teus embrulhos;
sabes que tua morte
já existe nalgum ponto do tempo
Tuas palavras são facas
E meu desejo e de te apontar
O tamanho do abismo,
Mas tu sofres tanto
Com tão pouca agonia
O que diria tu, se chegasse
Ao fundo do oceano
Na noite estrangulada
Nas entranhas da mais
Terrível sombra,
Não penses que viu
A face crua da natureza,
e acima de tudo
ela ainda não te disse
a tua grandeza