AS CINZAS DO CORAÇÃO

O coração solta labaredas,

queima-me as mãos,

se o tento segurar.

Não, não consigo

E nem tentarei.

Vou deixá-lo

que se queime, sem o tocar.

Quando estiver em cinzas,

Levo-as e jogo-as ao mar.

Não saberás

Que por ti tornou-se brasas

E em cinzas se acabou.

Olharás o horizonte

E, na sombra ao longe,

Pensarás na última ave, que voa

e no barco que partiu.

fev. dois mil e uinze

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 18/02/2015
Código do texto: T5141969
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