AS CINZAS DO CORAÇÃO
O coração solta labaredas,
queima-me as mãos,
se o tento segurar.
Não, não consigo
E nem tentarei.
Vou deixá-lo
que se queime, sem o tocar.
Quando estiver em cinzas,
Levo-as e jogo-as ao mar.
Não saberás
Que por ti tornou-se brasas
E em cinzas se acabou.
Olharás o horizonte
E, na sombra ao longe,
Pensarás na última ave, que voa
e no barco que partiu.
fev. dois mil e uinze