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VIESTE DE LONGE
(Sócrates Di Lima)
 
Vieste de longe,
Com rima  ou sem rima,
Numa tarde silenciosa,
Como o remanso de um rio,
que desce lá de cima,
e segue ao mar,
Como uma folha solta ao frio.
Vieste de longe,
Na brisa da tarde,
E trouxeste desejos,
Como quem traz uma saudade,
nas imaginações de beijos.
Vieste de longe,
Em um barco a vela,
Um navio ou caravela,
Trazendo a primavera,
Num verão de sentinela.
E bateste em minha janela,
Trazendo um turbilhão de vontades,
Fazendo tremer a carne,
Da cabeça ás canelas,
Como um ato de caridade,
 sobras de amor sem sequelas.
Vieste de longe,
Um pássaro tristonho,
Como coração aquebrantado,
sob a luz artificial de um sonho,
de um coração amado.
E nas sombras de um luar vigilante,
Sucumbindo em brilho de estrelas,
Amor e desejos de amante,
Provocando espasmos longe dela.
Vieste de longe,
Olhar de fim de tarde...
Como um fruto proibido...
Em voto de castidade,
Ah...! que pena,
Até parece um amor bandido.
E bate o coração navegante,
Empurrado pelas velas dos ventos,
Voo impetuoso e rasante,
Nas planícies de um corpo ao relento.
Vieste de longe,
Surreal passarinha,
Trazendo as reservas de um amor de primavera,
Antigo, talvez, mas se alinha e se aninha,
Nas palavras de um prazer agonizante, deveras!
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 07/02/2015
Reeditado em 07/02/2015
Código do texto: T5129369
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