QUEM ME DERA...

Quem me dera saber ao certo

O tempo, a medida, a palavra

Para não ficar perdendo tempo

Medindo, escolhendo, ponderando

Experimentaria o intenso, amando ao extremo

Com gestos concretos

Falaria no ato o fato sem arrependimento

Sem dar margens a interpretações adversas

Quem me dera gozar da graça de não magoar

Que as circunstâncias fossem sempre favoráveis

Que a ajuda brotasse espontaneamente

E, caso houvesse algum valor de troca

Fosse esse apenas a felicidade alheia

Quem me dera compreender a vida

Que cedo foi embora fazendo com que a saudade esquecida

Ainda ou sempre verdinha, aparecesse de repente,

Instigando os meus porquês, quem me dera saber

Quem me dera sentir saudades sempre de tudo e de todos

Para dar valor constantemente e não somente quando ausente

Quem me dera, nessa busca incessante

Ciente das imperfeições da humanidade

Que em mim habita, não ir sozinho

Não me sentir um estranho no ninho

Quem me dera em tudo isso, não ter nada de especial

Ser apenas um lugar comum, uma esperança real

Eu, você, os outros sonharmos juntos o mesmo sonho

E acordarmos diferentes

Quem sabe um dia, a gente...

Deus cuida, a crença continua...