O poema sem passe livre,
destroça-se ao fim da avenida.
Numa seca torneira d'água,
ou, na lâmpada que não acende...
O poema simplesmente cala.
Como o grito contido na garganta
ante mentiras que se espalha.
Assim, impavidamente sobrevive.
Já que não mente, sente!
O poema é a voz
de um bilhão de miseráveis,
ou, o estômago!
O poema, visceralmente desmente!
Não é arremedo de uma justa causa,
para a vida, horas ou momentos.
É ação contida, sofrimento!
Como o voo agrilhoado d'uma ave
desejando em seu âmago
o fim, de seu confinamento.
em 25.01.15
Obs: só um poema...