golpes celestes
é daqui, minha dançarina
que vemos o mundo de novo,
e daqui depois do salto
que conversamos com as formigas
e compartilhamos olhares com
os gafanhotos,
é daqui, onde o rio se alarga
que compreendemos o tempo,
a salmora que nos escorre por dentro
e soletramos com as duas mãos
os pesadelos do coração,
é aqui que os opostos se tocam
que enxergamos com outros olhos,
e aprendemos a desarmar das cascas
que nos condenam.